quinta-feira, 7 de abril de 2011

História do Tempo Presente: conheça melhor o assunto

Segundo o historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva, esse termo "surgiu na França, principalmente por intermédio de uma historiadora chamada Lucy Valansi, especializada em judeus na Idade Média. Ela acusou a revista dos Annales de, até 1992, ter publicado milhares de artigos sobre bruxas, feitiçaria, sobre todos os heréticos possíveis, e de não ter publicado um artigo sequer sobre o Holocausto, a perseguição aos judeus na França e a colaboração de Vichy com os nazistas. E o tempo presente para a França passou a ser esse embate com o passado da ocupação. Em Berlim, foi criado recentemente um Instituto de História Comparada dedicado ao tempo Presente. E também o Centro de Pesquisas do Anti-Semitismo, do qual sou membro. Para eles é o que chama “a catástrofe”. É aquela velha história: “Nunca pergunte ao seu pai o que ele fazia durante a guerra; você pode não gostar da resposta”. Quando eu cheguei à Alemanha, em 1982, na universidade tinha um grafite no banheiro que apresentava uma questão de múltipla escolha assim: “Escolha seu nazista predileto: a)Adolf Hitler, b) Goebbels, c) Göring d) Meu avô”. No caso do Brasil, o mesmo historiador define que o "Tempo Presente" teve início no final dos anos 50, quando ocorreu a "cisão real do Brasil moderno. Antes disso, enquanto sociedade civil organizada, não tínhamos nada. A coisa mais próxima do que se poderia chamar de instituição da sociedade civil eram os sindicatos. No entanto, o sistema de dependência que mantinham com o Estado anulava sua capacidade de agir autonomamente em defesa de uma ordem social. Era uma sociedade de Ancien Regime, e não uma sociedade industrial moderna. Temos que pensar em um continuum, que tem em 58 e 59 seu ponto de culminância. É o momento em que saímos de um país provinciano para ingressarmos em outro país." Quem quiser saber mais, pode acessar o site www.tempopresente.org

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