terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Acervo de um dos maiores arqueólogos brasileiros é doado à Feevale

Um acervo bibliográfico estimado em 30 mil itens, que compreendem livros, periódicos científicos, anais de congressos, dissertações e teses, entre outros materiais. Essa bibliografia inestimável, resultado do trabalho de um dos maiores arqueólogos brasileiros, Pedro Mentz Ribeiro, foi doado à Feevale pelos familiares do professor e pesquisador, que faleceu em 2006. O acervo, que se tornará público na Feevale ainda em 2011, tem grande importância para a Arqueologia brasileira. Fazem parte do acervo desde obras que foram relevantes e serviram como referência para o pensamento científico do professor Ribeiro, até o resultado de sua extensa e produtiva carreira de pesquisador. Além disso, a coleção contempla as orientações de trabalhos acadêmicos que acompanharam a sua docência. De acordo com a doadora, Catharina Torrano Ribeiro, viúva de Ribeiro, a decisão de doar o acervo à Universidade Feevale surgiu do carinho que o professor tinha pela cidade de Novo Hamburgo. "A família do Pedro é de Novo Hamburgo, nesta cidade ele foi professor e nós moramos durante 13 anos", afirma. Para dona Catharina, os trabalhos serão muito mais úteis e acessíveis à comunidade acadêmica da Feevale no que em sua casa, em Santa Cruz do Sul. "Tenho muitos livros e peças em cerâmica de nossas viagens que pretendo doar à Feevale", assegura. Segundo Patrícia Valerim, coordenadora das bibliotecas da Feevale, o processamento técnico das obras já foi iniciado, tendo sido catalogadas, até o momento, 107 títulos e 132 volumes. "Somente no final da catalogação teremos o número exato de materiais, títulos e volumes do acervo doado", afirma. De acordo com a coordenadora, as obras não estarão disponíveis para empréstimo domiciliar, mas poderão ser consultadas mediante agendamento. "A equipe da Biblioteca se sente honrada em abrigar o acervo de uma pessoa tão importante para a Arqueologia gaúcha e brasileira, podendo dar acesso a todos interessados a este rico acervo", ressalta Patrícia. Conforme a professora do curso de História da Feevale, Inês Reichert, o acervo Pedro Mentz Ribeiro constitui importante "peça" na história da Arqueologia do Brasil e do Rio Grande do Sul. De acordo com Inês, seu vasto legado contribuiu enormemente para a constituição e ampliação do Patrimônio Arqueológico Brasileiro. "O acesso a seu acervo permitirá que sua obra possa continuar sendo pesquisada e disseminada, o que em muito contribuirá para a formação dos acadêmicos de diversos cursos interessados na preservação do patrimônio no Brasil", afirma a professora. Segundo Inês, o curso da Feevale que será especialmente beneficiado com o acervo é o de História, o que não impede a utilização por outros cursos interessados em Arqueologia (Biologia e Artes Visuais, por exemplo), e em Patrimônio, como o curso de Turismo. "Há, também, a importância externa, ou seja, como fonte de pesquisa para alunos dos cursos de pós-graduação da Feevale (Mestrado Acadêmico em Processos e Manifestações Culturais) e da região, bem como pesquisadores de diversas instituições nacionais e internacionais. É relevante tanto para os acadêmicos como para a rede científica externa", analisa.

Saiba mais sobre o professor Pedro Mentz Ribeiro Pedro Augusto Mentz Ribeiro:
Nasceu em São Leopoldo, em 1937. Foi professor de Arqueologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Santa Cruz do Sul e, como membro desta instituição, participou de congressos no Brasil e exterior (Uruguai, Peru, Argentina, Equador e Inglaterra). Fundou o Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas em 1974, publicando periodicamente a Revista do Cepa. Foi membro da Associação dos Pesquisadores do Estado do Rio Grande do Sul; da Sociedade Brasileira de Geologia; da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência; da Sociedade Brasileira de Estatística e da Sociedade Argentina de Antropologia. Participou ativamente na Sociedade de Arqueologia Brasileira, SAB, onde foi Secretário e eleito presidente na gestão de 1997-1999. Fez levantamentos e pesquisas sistemáticas em diversas regiões do Estado e do país. Suas pesquisas contribuíram com informações para a tradição Tupiguarani, Taquara, Vieira, Humaitá e Umbu, bem como suas pesquisas sobre petroglifos no Rio Grande do Sul.